Sabe aquele fim de um dia cheio, cheio de trabalho, cheio de emoções, cheio ... cheio. A cabeça a mil e pela frente a tarefa de buscar meu pequeno adorável anjo na escola. Atrasada. O relógio passou a exercer mais uma pressão que eu sinceramente dispensava e já estava escuro só pra aumentar a minha culpa. Se bem que não passava muito das seis da tarde... Eita inverno de longas noites longas. Entre as repetições da primeira música do Patati-Patatá, o mamute ou Diego que eram lançados ao chão e depois solicitados com insistência, a atenção no semáforo, no trânsito e em todas as informações que ainda rodavam pela cabeça eis que sou surpreendida pela exclamação esfusiante no banco de trás do carro.
"Mamãe, cadê o céu? Cadê o céu, mamãe? Sumiu!!! E a lua??!!
Ele estava intrigado com a descoberta. O céu sempre tão azul, volta e meia recheado com pipocas branquinhas, havia desaparecido naquela imensidão escura. Sem estrelas, com a lua a minguar... Como podia ser isto?!
Nada mais importava. Meu rosto se irradiava com um sorriso quase tão infantil quanto a observação do filhote... Que delícia de inocência! Que delícia redescobrir o mundo com a ajuda dele, com ele...
a visão pura, sem censura, sem defesas, sem pré conceitos...
"Está brincando de esconder com a gente, filho. Vamos procurar?!!!"
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